Na áurea juventude, é normal algumas pessoas se considerarem imunes à maioria das mazelas do mundo. As tragédias das notícias são como ecos distantes de outra realidade e os grandes problemas são tão grandes que perdem a dimensão do absurdo e impregnam-se no cotidiano como a uma esponja. Nada vai bem e ao mesmo tempo tudo vai bem.
Mas a vida tem várias formas de quebrar essa ilusão egoísta dos jovens, e uma das jogadas mais eficazes é roubar amigos em caráter definitivo. "Roubar" é um termo um tanto injusto, visto que nada nos pertence de verdade nesse mundo, então digamos que a vida os pega de volta independente de nossa desimportante frustração.
Perder um amigo é uma das formas mais cruéis de perder a inocência. Mas com essa perda ganha-se a humildade perante o inevitável e dá-se o valor devido aos que ainda permanecem mais um pouco sob a batuta desse cronômetro invisível que nos mantém em movimento.
Nem fale, o buraco da perda é bem mais fundo do que parece...
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