Nas primeiras vezes que
andei de avião, achei que desmaiaria. Cada ínfimo barulho já
despertava o medo de uma desgraça inescapável, cada curva era um
tormento medieval. Mais novata, impossível.
Durante a viagem em si
não há muito o que me aflija, nem mesmo o pouso. A decolagem é o
momento mais crítico, pois traz a assustadora fase de “sair do
chão”. Vencida essa etapa, a gente se acostuma com a nova altitude.
Douglas Adams escreveu que “para voar basta errar o chão” e ele
não poderia estar mais certo. Parece que a coisa mais difícil para
o ser humano é tirar os pés – e a alma – do chão firme e
seguro.
Mesmo quando temos
certeza de que largaríamos tudo por um sonho, nada garante que
realmente aproveitaremos as oportunidades para isso. Não é culpa de
ninguém. O chão é convidativo, a estabilidade é desejada e por
vezes, na verdade, já temos tudo que precisamos e só percebemos
quando algo crítico acontece.
Também não é preciso
se martirizar. De tempos em tempos a vida nos força a umas
decolagens, sem choro nem desculpa, e tudo que podemos fazer é
acompanhar a subida com o frio na barriga característico.
Apesar desse medo
constante, sento na janelinha sempre que posso, pois a vista sempre
vale a pena.
- escrito em um avião no trajeto Curitiba - São Paulo em 23/09/12.
<3 Primeira vez que leio algo escrito por ti...
ResponderExcluirMinha nossa nunca voei de avião, mas creio que irei algum ano desses!
Não consigo imaginar a sensação, mas tenho medo, medão!
Adorei o texto e irei ler mais :3