quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Metamomento I

Hoje eu planejava postar algumas coisas triviais sobre o blog e o fim dos primeiros contos postados aqui, mas vejo que isso pode esperar. Tem algumas coisas meio tensas, mais tensas do que o usual, acontecendo na esfera das pessoas cuja maior função é escrever - ou ao menos deveria ser, e por isso sinto que posso deixar meus dois centavos sobre isso, nem que seja para registro.

Sabe, o que o Raphael Draccon acha que um escritor precisa ser ou o que o Paulo Coelho não gostou em Frankfurt não são coisas que me preocupam tanto assim. Mas já essa questão de restrições ao trabalho dos biógrafos... depois de me informar sobre ela, me preocupou um pouco mais. E a outras pessoas também.

Eu não sou desse ramo e provavelmente nunca serei (apesar que, vida, vai saber), mas a partir do momento em que surgem argumentos furados e generalizantes sustentando mais proibições (mais!), qualquer escritor tem motivos pra ficar de orelhas, olhos e cérebro atentos. Fora que, em um mundo onde a informação flui cada vez mais facilmente e o desejo das pessoas por elas aumenta, isso me parece um baita retrocesso.

Não acredito que o problema seja o "dinheiro", o "mercado". Eu tenho interesse em capitalizar minhas criações, para que elas se sustentem sem depender de "sorte" e "genialidade", conceitos tão instáveis e desestimulantes para mim. Romantismo, nenhum tipo, combina comigo.

O problema pra mim é usar o dinheiro de forma burra, retrógrada, capitalista-do-século-XX (sai pra lá!) e como desculpa escusa para minar a liberdade alheia. Tratar um biógrafo como golpista é uma atitude na melhor das hipóteses burra e na pior de uma tremenda má-fé.

Gente.

Vamos parar de generalizar tudo.

Vamos parar de acusar os outros antes de qualquer coisa ter acontecido.

Vamos parar de usar o dinheiro como o botão vermelho da bomba nuclear.

Vamos parar de usar leis pra castrar nossa humanidade.

Vamos conversar mais. Fazer mais acordos. Dar atenção ao detalhes de cada situação. Pensar.

Vamos parar de burrice.

Por mais que eu não costume tratar do 'mundo real' nas minhas histórias, digo tudo isso porque não quero ver a realidade destruindo todos os meus mundos imaginários (que dão um trabalho parir!) por causa de uma eventual burrice alheia.

Só isso.

3 comentários:

  1. Concordo em número,gênero e grau...\o/...há que se ter muito cuidado com "leis" castradoras disfarçadas de defesas de direitos...

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  2. Saudações


    Parece que as pessoas cismam com vontade em tópicos arcaicos como este que tu citou, Ana...

    Posso dizer que concordo com vossa opinião, e com um adendo: o dito [politicamente correto] está ganhando esfera comprometedora e retrógrada, o que certamente haverá de impactar em nossos costumes pessoais (torço para estar errado).


    Até mais!

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  3. Nossa é cada uma que aparece que é de chorar. As elites econômicas buscam arrancar dinheiro de toda e qualquer forma do trabalhador. Pela lógica de 'que tudo tem que ser pago' se um autor fizer um trabalho sobre o Museu do Cairo, logo a administração do museu não deve se contentar com a divulgação e o prestigio que a obra, no caso literária mas podendo ser qualquer outra, trará para o museu, mas sim deve ficar desgostosa e exigir um cheque gordo acima do trabalho feito. Muito estranho que alguém queira ser remunerado apenas por ser citado em uma obra, e pela lógica, se uma equipe de reportagem me filmar andando na rua logo vou exigir a gorda parcela do ordenado pago nos comerciais que passam no horário do dito jornal, isso pela lógica das elites econômicas do país.
    A verdade que essa trupe de gatunos esta inserida em um mundo fora da realidade, e a única coisa que objetivam na vida é deixar a conta bancária mais gorda as custas dos trabalhadores.

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